O ano letivo ainda não terminou mas, para os professores, já começaram os processos seletivos para 2018. As escolas antecipam as buscas pelos profissionais que irão compor a equipe no próximo ano porque assim garantem um planejamento mais eficaz e, além disso, elas também estão de olho no recrutamento dos melhores talentos, dos melhores perfis e das melhores formações.
Nas escolas bilíngues a busca pelo profissional ideal é ainda mais intensa. Certa vez ouvi uma gestora escolar comentando que professores bilíngues são moscas brancas de olhos azuis. No dicionário informal o termo “mosca branca” é explicado como sendo um substantivo de tudo aquilo que é difícil de ser encontrado. Imagine agora o que acontece quando acrescentamos a ela um belo par de olhos azuis.
Basta acompanharmos as redes sociais para observar este movimento. São inúmeros os posts compartilhados que anunciam vagas para professores em escolas bilíngues. Este profissional não está disponível no mercado. E é precisamente neste ponto que eu gostaria de chegar: professor de ensino bilíngue é a profissão do futuro.
As escolas têm reconhecido a necessidade de oferecerem uma proposta de educação em que a habilidade de se comunicar em inglês seja efetivamente desenvolvida e, nesta tendência, o ensino bilíngue tem sido a resposta dada por muitas delas. Assim, se temos um número crescente de escolas integrando o bilíngue aos seus currículos, temos também o aumento da demanda pelos professores que serão os responsáveis por conduzir os alunos neste processo.
Estes profissionais, que em geral migram dos cursos livres de idiomas para as escolas regulares, nem sempre estão preparados para enfrentar esta nova realidade. O professor de ensino bilíngue é um profissional que está em criação. Ele não tem uma formação única definida nem tampouco um curso de graduação específico. Diferentes áreas do conhecimento contribuem para a sua constituição porque a educação bilíngue, em si, também têm diferentes perspectivas: da neurociência, da linguística, da didática, da pedagogia, do letramento, da psicologia, do social etc. Por hora, se me cabe um conselho, recomendo os cursos de especialização, pós-graduação, workshops e eventos que tratam do tema, além da leitura, é claro, dos autores que produzem conhecimento nesta área.